Imagine a seguinte situação:
Você é colocado em um quarto, com uma cama, uma vasilha com
água, e em dois horários determinados do seu dia, você recebe um prato de
comida. Nesse quarto você não tem TV, livros, música, celular, internet ou
qualquer item para sua distração. Você fica nesse quarto, sem poder sair, por
dias, meses ou até anos.
Até que um dia, finalmente uma familia adota você e o leva
para uma casa, com todos os confortos e coisas para fazer.
Essa
sensação de angústia, desespero e tristeza é a mesma que os animais que ficam
confinados, em gaiolas, baias ou caixas de transporte sentem. Mas com um
agravante: Eles não tem todo o entendimento que nós humanos temos. Então, é aí
que surgem os traumas, os medos, as agressividades e todos os dirtúrbios
causados por meses ou anos de confinamento.
Quando
uma família adota um peludo que estava num abrigo ou em alguma situação de
risco, eles precisam entender que o animal está com vários traumas e medos. Que
por mais que o peludo seja dócil, gentil, amoroso e brincalhão, a saída para um
local novo, com pessoas estranhas e situações diferentes é um choque para o
animal. Desta forma, é fundamental ter muita paciência, tranquilidade, afeto e
principalmente estabelecer regras para que o peludo se adapte bem.
Obviamente,
que o peludo, no primeiro momento, não vai fazer as necessidades onde você
deseja, afinal, a maioria deles fazia suas necesidades no próprio local onde
dormia e comia. Portanto, paciência e ensinar da forma correta, farão o peludo
aprender rapidinho a fazer as necessidades no local correto e determinado. Já
que o animal aprende rápido se for ensinado corretamente. E uma coisa que
sempre digo: Se o animal não aprendeu corretamente, não é culpa dele, é culpa
do dono ou do treinador que não soube passar o treinamento de uma forma clara.
Outra
coisa que os novos adotantes precisam saber é que ele sofrerá nos primeiros
dias, na casa nova, principalmente na hora de dormir. Já que por mais que fosse
ruim a antiga morada, ele estava acostumado com aquilo e era a zona de conforto
dele. Uma mudança repentina, faz com que o peludo sinta medo, chore a noite ou
morda algumas coisas por ansiedade ou estresse. Sempre seja gentil com o cão e
apresente a casa aos poucos.
A
melhor coisa a se fazer quando se pega um cão de abrigo ou de rua é dar uma
bela caminhada com ele, para que vocês se conheçam melhor e estreitem os laços
de afeto e segurança um pelo outro. Mas se o peludo não estiver acostumado com
uma guia de passeio, por exemplo, vá apresentando ela aos poucos e sempre
associando isso com coisas positivas, como brincadeiras, carinhos e petiscos.
Não se esqueça que para o peludo é tudo novo e estranho, ou
no mínimo ele só estava acostumado a levar pancadas de outros humanos e por
tanto esses traumas não saem assim de uma hora para outra. Adotar um animal é
uma enorme responsabilidade. A adaptação dele, depende da sua paciência e
principalmente responsabilidade. As pessoas não tem noção de como devolver um
animal novamente para um abrigo, só porque ele está fazendo suas
necessidades no lugar errado por exemplo, aumenta o trauma dele e você estará
contribuindo para mais um trauma para eles. Se você não está preparado para ter
um animal, não faça nada por impulso, pense antes de ter um. Pense que ele
dependerá de você para várias coisas. Pense que talvez, você tenha que deixar
de fazer algumas viagens ou coisas do tipo para cuidar dele. Os animais não são
brinquedos que você pega, brinca, enjoa e depois joga fora como se não fossem
nada.
Uma grande parte dos traumas dos animais são adquiridos
quando eles chegam em abrigos de protetores que na verdade são mais
colecionadores de animais. Muitos acham que estão salvando a vida do cão,
apenas por tirá-los da rua, mas colocam eles confinados em gaiolas, quartos escuros
e apertados, caixas de transporte, não saem com os animais para lugar nenhum e
os alimentam muitas vezes com rações de combate que não possuem nutrientes e
proteina nenhuma. Muitas destas pessoas, mal conseguem ter dinheiro para nada e
praticamnete não tem condições nenhuma de estrutura para os animais e aí geram
mais traumas para os peludos.
Esse post não tem a intenção de criticar protetores e nem
adotantes que não conseguem ter paciência após uma adoção, mas é um alerta para
que todos tenham em mente que no final das contas, quem sofre mais são os
animais. Pois são eles que dependem das pessoas. Nosso dever é protegê-los e
dar um local decente, com condições de saúde para eles viverem bem fisicamente
e mentalmente. Se você tem dificuldades para entender seu peludo adotado, ou
precisa de ajuda, contrate um profissional que entenda de comportamento. isso é
um investimento para você, sua família e principalmente para o peludo que terá
a chance de ficar bem, super treinado, saudável e mais equilibrado.
FORMIDÁVEL O ARTIGO !!
ResponderExcluirMuito bem escrito....paciência, amor, dedicação são fundamentais para que tudo dê certo, é difícil para o adotante mas com certeza para o animal é mais, pois para ele tudo é novo, tudo é estranho....Parabéns.
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